segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

SEGUNDA-FEIRA COM CHUVA

Segunda-feira. Acordo com o barulho do escolar das 6. Pulo da cama, abro uma parte da persiana pra conferir. É mesmo o escolar das 6. Vejo que o asfalto tem marcas de chuva, uai, nem vi. Dormi bem. Vem subindo uma sombrinha verde pelo beco, de longe, e parece tem um cachorro. Observo, vendo o mundo acordar. Uma mulher de vestido longo vem driblando entre segurar o vestido, a coleira e a sombrinha. Ao chegar à rua, ela rodopia, por quê? Abro um riso calado. Passa mais um escolar, esse, menor, mas o barulho é o mesmo.

A chuva aperta, a bica da casa vizinha deságua barulhenta no meio do asfalto. Ah, as goteiras daqui de casa vão aparecer hoje, tá, mas não vou precisar regar as plantas...plantei sementes daqui pralí ontem; tempo de verão é bom pra fazer brotar sementes. Acho.

Vou ao banheiro, mas volto pra cama; tão gostoso meu travesseiro! Checo o celular, atualizo as mensagens, jogo uma partida de freecell. Vou dormir de novo? Dou uma vasculhada pelo mundo pra checar onde estão meus tesouros. Pelas últimas notícias estão todos bem. Ah, o celular diz 19 graus ensolarado... outra risadinha. Ah, a bateria reclamou; boto pra carregar.

Me levanto, me visto, penteio os cabelos, amarro fita; ajeito brincos e vestido. Desço as escadas em meio à luz branda do dia indeciso. A chuva aumenta, entra pelas janelas do jardim de inverno, as fecho. Troveja. Na penumbra da cozinha silenciosa, boto a chaleira no fogão. Vou fazer café. 

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