domingo, 12 de abril de 2009

PÁSCOA

Essa palavra passou pertinho de paz...
E seu significado passa pertinho de “fim da luta...”, “hora de deixar a carga”, “tempo de descansar”, para depois “começar de novo”.
O que viemos fazer aqui, nesse mundo tão grande, de tamanho infinito? A busca por essa resposta nos põe a caminho, isso é certo. Não está certo, porém, a velocidade com que fazemos isso: sem pausa, sem descanso, sem nos deixar merecer; e a correria nos turva o olhar, nos atrapalha ver a paisagem.
De tantas coisas que precisamos saber, para aproveitarmos bem a viagem, uma é que não temos que fazer tudo. É que podemos nos dar o direito de ficarmos em um canto, observando, apenas; é importante “deixar acontecer” vez ou outra. É preciso deixar fluir; e aprender a não escolher sempre, mas deixar que as escolhas nos escolham uma vez ou duas.
É vital querer parar, tomar mesmo a atitude de parar, de descansar no barranco, de pousar a mochila; mesmo tendo longo caminho à frente: o de sempre ou um outro, noutra direção.
Eis, portanto, a importância da Páscoa: “vida nova”. Que essa seja feita na retomada do desenho antigo, que seja no começo de outro nunca imaginado, uma vez que a Páscoa pode significar pausa para o refletir profundo. Refletir sobre as razões e as consequências das ações pequenas e das nem tanto que fazem mudar nossos destinos, e os destinos de quem amamos.
Páscoa que significa deixar para trás o que não nos serve mais e encher o coração da alegria do renascer, do rebrotar, do desabrochar e florir; Páscoa que inunda de paz a alma de quem cumpriu com o seu dever, por mais doloroso que tenha sido, e merece então, o júbilo de ainda ter muito o que fazer, e agora com muito mais expectativa: eis que vem vindo mundo novo.
É, portanto, tempo de Paz; tempo de Amor sem medidas; tempo de “vida nova”: é, pois, tempo de Páscoa.

Por
Magda R M de Castro
Brasília – DF, 12 de abril de 2009.