sábado, 5 de agosto de 2023

 AINDA NÃO SEI

Questões eternas: quem sou, o que vim fazer nesse estado de ser vivo com espírito e cérebro pensante? Nessa manhã de sábado silenciosa porque liguei o Spotify bem pertinho não ouço o mundo lá fora, inusitadamente paro ouvindo música. Ontem fiz exames e meu coração bate razoavelmente certo, mas eis que depois do café hoje me apeteceu sentar pertinho da música, quietinha; as roupas sujas podem esperar. Agorinha quero fazer nada e cismar à toa na vida. E aí é que essas perguntas me alcançam e revejo uma estrada inacreditavelmente longa atrás de mim. Me encanto com essa história só minha, nada extraordinária. Me surpreendo com tanta beleza esse mundo me ofereceu, experiências únicas, e preciosas. Em meus sonhos mais arrojados não constam viver até esse tempo tão espetacular em que vivo nesse momento. Até as tragédias que vivi têm essa nuance de surpresa que me impediu de assimilar totalmente cada uma. Ri muito, sem vergonha, chorei, talvez mais, mas nem o riso nem o pranto me fizeram parar de viver como melhor pude. Mantenho um sonho ou outro na manga, sabe-se lá se há surpresas vindo por aí. Sei, entre montanhas de dúvidas, que ainda vou plantar flores, caminhar em tardes frescas, continuar observando as estações e viver bem cada uma, atrevidamente usar perfume, vou dançar, ler, escrever... porque mesmo que não tenha respostas, tenho todas as dúvidas do mundo, o que parece, afinal, são o que tornam a vida ainda mais espetacular.