ESPELHO
“Você é romântica…”. Tá, assumo. Antes tinha
vergonha de dizer... “Cabeça de
vento”... Como assim? Pago minhas contas, assuma as responsabilidades que me
cabem, amo cumprir minhas promessas – mesmo que raramente as faço sabedora que
sou de minhas falhas –. Até sábado passado achava ser defeituosa sendo
romântica; ah, hoje, quer saber? Vou me revoltar, rodar a baiana e assumir que
sou romântica, fui, e sempre serei. “Você vai fazer o quê, assumindo isso?” Ah,
vou reler Machado de Assis, Madame Delly, Victor Hugo, Tomas Mann. “Tomas Mann?
A montanha mágica? De novo? E isso é ser romântica?”... Acho. “Isso é um endurance que termina com os burros
n’água”. Mas amei, fazer o quê? “Ah, vá ver de novo o vídeo do Tim Maia que
você quase furou já. E o Fagner? Perdeu aquele CD, në? Baixa da Internet, ora.
Daí você pode me dizer que está praticando ser romântica...” Uai, se assumo que
sou romântica ainda tenho que provar? Quero ser romântica do meu jeito... só
uma vez... ”Tá , vou te mostrar o que é romance, peraí, me tira daqui da parede
que te mosto já, já...”
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