segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

 

ESPELHO

“Você é romântica…”. Tá, assumo. Antes tinha vergonha de dizer...  “Cabeça de vento”... Como assim? Pago minhas contas, assuma as responsabilidades que me cabem, amo cumprir minhas promessas – mesmo que raramente as faço sabedora que sou de minhas falhas –. Até sábado passado achava ser defeituosa sendo romântica; ah, hoje, quer saber? Vou me revoltar, rodar a baiana e assumir que sou romântica, fui, e sempre serei. “Você vai fazer o quê, assumindo isso?” Ah, vou reler Machado de Assis, Madame Delly, Victor Hugo, Tomas Mann. “Tomas Mann? A montanha mágica? De novo? E isso é ser romântica?”... Acho. “Isso é um endurance que termina com os burros n’água”. Mas amei, fazer o quê? “Ah, vá ver de novo o vídeo do Tim Maia que você quase furou já. E o Fagner? Perdeu aquele CD, në? Baixa da Internet, ora. Daí você pode me dizer que está praticando ser romântica...” Uai, se assumo que sou romântica ainda tenho que provar? Quero ser romântica do meu jeito... só uma vez... ”Tá , vou te mostrar o que é romance, peraí, me tira daqui da parede que te mosto já, já...”

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