quinta-feira, 7 de agosto de 2025

CONJECTURAS IMPRECISAS

Nesses dias típicos meus, gosto de devanear e numa das coisas que pensei hoje cedo enquanto no meu banho, de sol, regando minhas plantinhas é de como serei quando for velha. Tem gente que acha que já sou, o Estatuto do Idoso prova, e meu espelho rí da minha cara a cada dia mais amassada. O que é importante, entretanto, é meu coração acreditar ou não.

Raciocino, o que já é ponto a considerar bom; funciono toda mesmo que quicando parte ou outra. Até agora, não botei celular pra congelar, não andei nua em onde não é de bom tom, não rasguei dinheiro, pra citar os exemplos mais populares. Ainda cumpro compromissos, a consulta médica costuma ser o mais constante; pago em dia as contas, o que, claro, estão programadas eletronicamente; e datas não faço questão de lembrar todas desde moça, agora, então, estão relegadas ao ostracismo. Não me pergunte das notícias do dia: doei a televisão; não acompanho sítios de fofoca, vídeos de celebridades ou vida alheia: só dão canseira e desperdiçam meu precioso tempo. Ouço música e só aquelas escolhidas a dedo numa playlist quase acintosa que fiz. Leio livros, acabei de renovar os óculos pra tirar o atraso. E, finalmente, me deleito com séries asiáticas, e excepcionalmente, inglesas, quando quero tergiversar mergulhada num pode de pipoca doce.

Tudo o mais está em perfeito equilíbrio em seus devidos lugar e tempo.

Magda Castro

Brasília, DF, 07 de agosto de 2025.

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

 VENTOS DE AGOSTO

Não acredito, mas assim que abri a porta da rua, um carro veloz avançou sobre a calçada que eu pisava. O susto foi grande que gritei com o motorista pra usar a rua, olha a calçada quebrada, o que talvez ele não tenha ouvido, espero. Mas foi por um tris que me livrei dessa.

Precisei sair pra ir à feira comprar queijo e castanhas depois ao mercado comprar pão. Quando terminei, ao atravessar a rua, olhei pra lá, olhei pra cá; tudo certo, avancei. Foi o tempo exato de levar outro susto: um Jeep avançava rápido em marcha-a ré bem no meu rumo. Uma moça gritou. Pulei, melhor, meu coração. A valença é que sempre ando com água na sacola. Dois goles, me acalmei; e rumei atenta pra casa. Tranquei a porta por dentro e fui ver se ainda havia incenso, do brabo, pra queimar.

Não é que acredito...


Magda Castro

Brasília, DF, 04 de agosto de 2025.