Era uma vez, uma cidade pequenina,
de ruas de pedras polidas,
de casas antigas,
adormecida entre colinas.
Árvores centenárias, jardins coloridos,
cheirando a recente regado.
Muros brancos que escondem prantos,
janelas entreabertas, com recato.
Pracinhas bem cuidadas de bancos
de concreto e propagandas.
sozinhas à luz do dia,
cheias de riso na noite em penumbra.
Pelas ruas largas, aqui ou acolá,
um telhado de beiral arrancado,
nunca arrumado: os donos são muito ocupados,
para cuidar de tão ínfimo estrago.
Casas e ruas. Muros e jardins.
Velam ou revelam: sonhos ou lendas,
de avós para netos, segredos
de culinária, namoros,
paixões de vidas e mortes.
Que não se iluda o passante
ou viajante,
com o silêncio ou o perfume das ruas,
cuida de não irromper por portas
e janelas, sem avisar,
pode o que jamais imaginou encontrar.
Abaeté,
Pequenina entre colinas,
conserva teu mistério e quietude, guarda meus sonhos de juventude.
Em teus braços me criei:
para ti quero voltar!
De novo ao teu sol me aquecer,
de novo o silêncio de manhãs pequenas,
outra vez tardes quentes de preguiça,
outra vez risos nas enxurradas de chuva.
O cheiro de capim,
o chiado do engenho,
o canto dos pássaros,
grilo, o sapo no brejo.
Oh! Saudade!
Abaeté, me chama!
Não me deixes morrer aqui.
Seria morrer duas vezes,
Morrer longe de ti!
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Magda Regina Miranda de Castro
Poesia escrita em março de 1998
segunda-feira, 23 de junho de 2008
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